PROJETO

Como reduzir as mortes no trânsito pela metade, em 10 anos.

Reduzir o número de pessoas mortas em acidentes de trânsito pela metade em 10 anos é o desafio que Organização das Nações Unidas lançou aos governos de todo o mundo, com base em estudos da Organização Mundial de Saúde. O Brasil e mais uma centena de países se comprometeram com as metas do que está sendo chamado pela ONU como a “Década de Ação para a Segurança Viária”.

Os estudos de 2009 da OMS, que motivaram a ONU a lançar o Plano Global, registraram anualmente 1,3 milhão de mortes por acidente de trânsito em 178 países. Segundo esses estudos, se nenhuma ação mundial for empreendida, o número de mortes em todo o mundo poderá chegar a 1,9 milhão até 2020.

Os dados de mortes no Brasil são controversos, pela falta de um sistema seguro de estatísticas, e indicam números que vão de 35 mil a 50 mil mortes por ano. Na pior das hipóteses, no entanto, em comparação aos números apresentados pelo estudo da OMS, as mortes de trânsito no Brasil representam quase 3% das mortes em todo o mundo.

Estudos realizados pelo DENATRAN, ANTP e IPEA em 2004 e 2006, em aglomerados urbanos e nas estradas, respectivamente, estimaram o custo social dos acidentes no Brasil em cerca de R$30 bilhões, em valores de 2010.

Acrescente-se que grande parte dos recursos do Sistema Único de Saúde – SUS são drenados todos os anos para o socorro a acidentados no trânsito no próprio local do acidente, no transporte de vítimas, no serviço hospitalar e no processo de recuperação e reabilitação, prejudicando inúmeras outras pessoas com doenças graves a espera de atendimento público de saúde.

Por todos estes motivos, apoiados nos documentos divulgados pela ONU, no Plano sugerido pelo Comitê Nacional de Mobilização pela Saúde, Segurança e Paz no Trânsito, coordenado pelo DENATRAN, nos princípios contidos no Manifesto da Frente Parlamentar de Redução do Acidente de Trânsito e nas contribuições de inúmeras outras entidades e profissionais colaboradores, a Associação Nacional dos Transportes Públicos – ANTP, por meio da Comissão de Trânsito, o Instituto de Engenharia de São Paulo e o Conselho Estadual para Diminuição do Acidente de Trânsito e Transporte do Estado de São Paulo – CEDATT, condensam numa única proposta, o Plano Nacional de Redução de Acidentes para a Década 2011-2020, organizado segundo seis pilares estratégicos: gestão, fiscalização, educação, saúde, segurança viária e segurança veicular.

A educação no trânsito reduz prejuízos e perdas irreparáveis.

Mobilizar os setores governamentais e não governamentais, empresariais, educacionais, técnicos e acadêmicos para que participem e adotem ações educativas que promovam o respeito às regras de trânsito, às pessoas e ao meio ambiente e que incentivem os cidadãos a desenvolverem um comportamento mais seguro, ético e solidário no trânsito. Esta é a proposta do Plano Nacional de Redução de Acidentes para a Década que será colocada em prática aqui em Santa Catarina, estado brasileiro onde morre mais gente no trânsito proporcionalmente à população.

Essa indesejada liderança catarinense no ranking de mortes em rodovias federais e o momento político favorável em que 178 países se propõem a tomar uma atitude para a reversão da violência no trânsito no mundo, é o necessário “ideal”, no Brasil, para enfrentar com coragem a cultura da impunidade, da qual participam cidadãos e estruturas impunes, como os infratores contumazes, entidades que deveriam ensinar e, ao contrário, incentivam a prática de ilegalidades e fraudes, órgãos que deveriam fiscalizar e não fiscalizam, pais e responsáveis por famílias que incentivam seus filhos na prática de buscar facilidades, em vez de ensiná-los a percorrer caminhos éticos, instituições da Justiça morosas e lenientes com a prática de delitos no trânsito, setores do legislativo que elaboram ou incentivam projetos de lei visando abrandar determinações do Código de Trânsito Brasileiro, setores da mídia que, no afã de exercerem seu papel de crítica aos maus costumes e às práticas inadequadas de governo, confundem a proteção da lei com a proteção de infratores e irresponsáveis no trânsito e, por fim, os próprios governos, em todas as suas esferas, que deveriam aplicar recursos advindos do sistema de trânsito, como as multas e as taxas públicas, mas que, a prática ensina, são desviados para outros setores da administração, como se R$ 30 bilhões de custos sociais dos acidentes de trânsito não tivessem importância alguma.

Para que esta ação seja exequíveil, de elaborar, produzir e distribuir material em áudio visual sobre educação no transito, levando em conta os preceitos de acessibilidade, é fundamental as alianças entre os setores públicos e privados, bem como a participação de organizações não governamentais e da sociedade de um modo geral.

Acreditamos que uma campanha permanente sobre educação no trânsito e comportamento seguro ao volante, a maciça exploração por parte da mídia multiplataforma e a participação efetiva de toda a sociedade, conseguiremos vencer essa “guerra”, reduzindo drasticamente esses números tão elevados, fazendo Santa Catarina abandonar de vez a indesejada liderança de mortes em decorrência de acidentes de trânsito em rodovias federais no país e uma das que mais mata no mundo.

Fale conosco: contato@transitobacana.com

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